Extensão: 200 metros
Bairro: Bom Sucesso
Lei 1700/2001
No ano de 2001, com o
surgimento do “Loteamento Monge João Maria”, no bairro Bom Sucesso, e com a
crescente redescoberta e valorização da história do Contestado, a Câmara
Municipal votou e aprovou, através desta lei, a denominação de um conjunto de
13 ruas e uma praça pertencentes a este loteamento, todas com homenagens a
personagens da Guerra do Contestado.
Além de muitos trabalhos muito
mais completos e pormenorizados do que este, sugerimos àqueles que
interessarem-se sobre uma abordagem mais geral sobre a questão do Contestado,
que busquem, nesta mesma obra, a descrição feita a respeito da “Rua do
Contestado”, onde abordamos de maneira mais ampla todo o contexto que ocorreu
em nossa cidade e nossa região por ocasião deste conflito.
Nesta lei foram denominadas as
ruas: Adeodato Manoel Ramos, Agostinho Saraiva, Aleixo Gonçalves de Lima, Antônio
Tavares Júnior, Bonifácio José dos Santos, Elias de Moraes, Eusébio Ferreira
dos Santos, Francisco Alonso de Souza, João Maria de Agostini, José Maria,
Maria Rosa, Olegário Ramos e Teodora, além da praça João Maria de Jesus.
Alguns já se incorporaram ao
conhecimento popular, sendo facilmente reconhecidos como personagens da Guerra
do Contestado, outros perfazem um resgate histórico singular e extremamente
merecido, dada a relevância que estes personagens tiveram no conflito.
A recuperação destes relatos
históricos é fundamental para que a população residente em nossa região tenha a
consciência plena dos fatos ocorridos aqui e que repercutem até os dias atuais.
As fontes de pesquisa para
conseguir executar um relato, ainda que resumido, como este, sempre são
diversas e abrangentes, entretanto, no caso desta rua, tomam por base,
especialmente, o trabalho do Professor Delmir Valentini: Da Cidade Santa à Corte Celestial: Memórias de Sertanejos e a Guerra do
Contestado.
Francisco Alonso de Souza foi
o penúltimo comandante geral dos sertanejos, sucedido por Adeodato. A partir do
comando de Francisco Alonso, os espaços de liderança ocupados pelas virgens passam a ser ocupados pelos
aguerridos comandantes.
Originário de uma família de
posseiros, famosos pela valentia, entrou para os redutos e rapidamente alçou ao
posto de comandante de piquete. Em agosto de 1914, Francisco Alonso ordenou que
todos os moradores das circunvizinhanças se recolhessem para os redutos. Quem
não obedecesse seria considerado peludo,
ou seja, um inimigo. Exatamente neste momento, com a paralisação dos trabalhos
da Estrada de Ferro, muitos dos trabalhadores, sem qualquer possibilidade de
arranjar trabalho na região, somam-se aos sertanejos, rumo às cidades santas.
Sob seu comando, o reduto mor
foi transferido para Caçador, de onde Chico Ventura e Venuto Baiano partem,
liderados por ele próprio, com destino a União da Vitória. Antes, no dia 5 de
setembro, atacaram Calmon, com o incêndio da filial da Madeireira Lumber.
Deixaram um verdadeiro rastro de destruição, matando homens, praticando saques
e incendiando casas. Durante esta incursão, o Capitão Matos Costa foi morto.
Estes acontecimentos
provocaram uma onda de pânico na região, a ponto da cidade de União da Vitória
ser literalmente abandonada às pressas, com o temor que o próximo ataque se
daria naquela cidade. Porém, após o combate que vitimou o Capitão Matos Costa,
Francisco Alonso ordenou que voltassem todos para o reduto mor de Caçador.
Um combate em 02 de novembro
de 1914, na colônia de Rio das Antas determinou o fim de Francisco Alonso,
perecendo junto de outros onze companheiros. Com sua morte, abriu-se o caminho
para a liderança de Adeodato.